Inspirados pela visão de Dom Pedro Casaldáliga, concordamos com a afirmação de que "a grande crise econômica atual é uma crise global de Humanidade que não se resolverá com nenhum tipo de capitalismo, porque não é possível um capitalismo humano; o capitalismo continua a ser homicida, ecocida, suicida. Não há modo de servir simultaneamente ao deus dos bancos e ao Deus da Vida, conjugar a prepotência e a usura com a convivência fraterna. A questão axial é: Trata-se de salvar o Sistema ou se trata de salvar à Humanidade? [1]”".
Na nossa visão, portanto, a paz e a justícia se alcaçam desde a "humanização da Humanidade", desde o entendimento de uma Ecologia como “uma arte, (...) um novo paradigma, isto é, (...) como um novo forma de relação com a terra ser humano com a natureza, com os processos de produção ou formas de distribuição [2]”. Desde a valorização e o reconhecimento dos Povos Indígenas, dos Agricultores Familiares, dos Retireiros, dos Quilombolas, etc.
Por esses motivos, na ANSA "seguimos rechaçando o capitalismo neoliberal, o neoimperialismo do dinheiro e das armas, uma economia de mercado e de consumismo que sepulta na pobreza e na fome a uma grande maioria da Humanidade. E seguiremos rechaçando toda discriminação por motivos de gênero, de cultura, de raça. Exigimos a transformação substancial dos organismos mundiais (a ONU, o FMI, o Banco Mundial, a OMC...). Comprometemo-nos a vivermos uma «ecologia profunda e integral», propiciando uma política agrária-agrícola alternativa à política depredadora do latifúndio, da monocultura, do agrotóxico. Participaremos nas transformações sociais, políticas e econômicas, para uma democracia de «alta intensidade» [3]".
Assim sendo, interiorizar a realidade como principio e fundamento de toda atividade que realizamos. Estar no meio da realidade que nos rodeia, entendendo como são e como estão as coisas; participando como mais um ator na vida das comunidades e das pessoas, partilhando seus processos vitais, nos "encarregando da realidade" [4]" com o compromisso de quem se sabe parte da mesma, conformam os princípios da metodologia da ANSA desde a sua fundação, em 1974.